Bem vinda Macacada Evoluída a mais uma dica Nerd sensacional do blog Nerdoidos! Hoje vocês serão aconselhados a ler uma das primeiras HQ's do selo Vertigo, da DC Comics, assim como uma das obras de entrada do genial Neil Gaiman no universo dos Quadrinhos: Orquídea Negra.
Orquídea Negra é uma história em quadrinho surpreendente. Tipo, surpreendente mesmo. Ela quebra todos os paradigmas presentes nas histórias em quadrinhos de super-heróis até então. A super-heroína Orquídea Negra, uma híbrida de humano e planta, se torna uma vigilante na cidade de Gotham. Em uma de suas aventuras, tentando desbancar uma corporação anônima ligada a negócios escusos, ela é capturada e tem sua identidade descoberta pelo vilão. Mas, em vez de dizer todo seu plano maquiavélico antes de tentar matá-la de uma forma mirabolante, ele diz algo que, resumindo, significa: "Não sou idiota como vilão de gibi" e dá um tiro na cabeça da Orquídea. Simples assim. Orquídea Negra morre logo nas primeiras páginas da HQ, até porque seu corpo é deixado dentro do prédio da corporação, que é ateado fogo.
Após isso acontecer, em um laboratório distante, nasce uma nova Orquídea Negra aos gritos. Quando digo nova, é realmente nova. Ela não tem a intenção de vingar sua morte, caçar seu assassino, combater o crime ou tudo que sua outra vida tinha. Não. Sua intenção é entender quem ela é e qual seu lugar no mundo. E é assim que a história da Orquídea Negra se desenrola, em um tom de melancolia e descoberta de seu eu.
O ritmo lento e melancólico, extremamente intimista, imposto por Neil Gaiman nessa HQ pode chatear alguns que acham que será mais uma história de Super-Heróis. Antes da página 10, o autor deixa claro ao leitor que não vai seguir nenhum protocolo das histórias de Super-Heróis, não com um prefácio ou uma introdução, mas com as ações dos próprios personagens. O vilão atirar na cabeça da heroína sem sequer hesitar prova isso. A heroína, apesar de renascer após o ocorrido, ela de fato morre, já que a nova personagem é completamente diferente. Toda a história te coloca fora da zona de conforto de um leitor de HQ de Super-Herói.
Vários paradigmas são quebrados. A super-sexualização da personagem feminina é inexistente. Apesar de descrita como bela, não há uma erotização da personagem. Outros personagens comuns do universo DC fazem sua aparição em Orquídea Negra de forma tão humana que se tornam irreconhecíveis. Personagens como Lex Luthor, Hera Venenosa, Batman e Monstro do Pântano dão as caras para conviver com a personagem. Sua passagem pelo Asilo Arkham mostra os vilões presos pelo Morcegão de uma forma tão única, que chega a ser encantador. Eles parecem pequenas bombas infantis prestes a explodir e causar uma destruição em massa.
A arte aquarelada Dave McKean dá um toque único à história, fazendo o leitor sentir a melancolia da personagem, chegando a parecer íntimo dela. Os diálogos são tão leves, humanos e comuns que são extremamente convincentes. Várias dos questionamentos sobre a vida que comumente fazemos está presente em Orquídea Negra. Há uma discussão sobre os impactos ambientais da humanidade, sobre ecologia e sobre a destruição causada no mundo.
Inicialmente publicada em três volumes nos EUA, o final é tão diferente (e até surpreendente) que muita gente mal podia acreditar que aquele de fato era o final. Aqui no Brasil temos a Edição Definitiva lançada pela Panini, que é simplesmente sensacional. Com uma carta de introdução muito boa e extras como esboços e pensamentos de Neil Gaiman, ela é uma obrigatoriedade para os fãs do autor.
NOTA:(Tesudo de tão bom!)
Nerdoidos Recomenda: Orquídea Negra
Reviewed by Lorhien
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terça-feira, agosto 23, 2016
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